12 - Recapitulando


Até aqui vimos o seguinte:
-         seja roteirista 24 horas por dia e esteja sempre atento. Tudo que você ver e observar da vida, das pessoas, do cotidiano poderá ser material para o seu próximo roteiro

-         veja todos os filmes que puder ver e analise um por um, cena por cena. Defina seus gêneros preferidos e invista neles

-         existem programas que formatam roteiros e existem roteiros a disposição para que você veja mais sobre a formatação. Mas no momento da criação não vamos nos preocupar com isso - apenas com a criação

-         se você teve uma idéia sente e escreva. Ou grave. Ande com uma caneta e um bloco de notas - ou um mini-gravador - no bolso e registre suas idéias

-         se, por outro lado, você não teve ainda a idéia defina: sobre o que gostaria de escrever? Que gênero? Sobre o que é sua história? E parta disso para criar seu roteiro

-         quando você começa a criar personagens e histórias podem ser tudo que você quiser. Mas quanto mais você escrever menos opções vai tendo. Pode ser que termine um roteiro de um jeito totalmente diferente do que imaginou quando começou. Pode ser que aquela seqüência que lhe pareceu brilhante no início seja agora dispensável. O importante é: não force! Crie bem as personagens e depois as deixe seguir o seu caminho

-         defina o gênero do seu roteiro, o tema (sobre o que é) e o personagem principal. Defina também o núcleo que circula em volta desse personagem - mas só o que for realmente essencial ao roteiro e levar o filme pra frente. Porque há varias formas de você dizer as mesmas coisas - e se você ficar parando toda hora para explicar tudo pode estar perdendo o ritmo do filme

-         não fique se importando com o sucesso. Simplesmente escreva o que está a fim de escrever. Você ficaria surpreso em saber quantos filmes já foram feitos que nem desconfiavam se seriam ou não sucesso e foram. AMADEUS, de 1984, é um desses exemplos que só se teve idéia real do sucesso do filme depois das primeiras exibições. (Uma grande dica pra você ver. Na Versão do Diretor tem um making off primoroso).

-         Você pode ser seu próprio personagem. O ator e dramaturgo Juca de Oliveira disse certa vez que os personagens que ele escreve na verdade estão dentro dele, fazem parte dele. Tem gente que trabalha assim mesmo. Afinal quantas facetas temos dentro de cada um de nós, e deixamos transparecer somente as que queremos?

-         Outra técnica é colocar parentes e amigos no seu filme. Ou ainda partir de pessoas que você conhece para formar personagens totalmente diferentes. A uma certa altura você vai estar criando personagens sem usar esses artifícios. Sua técnica terá evoluído para você montar personagens que são sínteses, súmulas do que você já observou e pensou ao longo da vida. Serão personagens Franksteins, que terão um traço de personalidade de um amigo, outro traço de sua observação, outro ainda do que você está querendo mostrar/criticar

-         Ficção ou não-ficção? Na ficção você está livre para criar, falar o que quiser. Na não-ficção você está mais preso a realidade, vai ter que pesquisar mais sobre a(s) pessoa(s) biografada(s) e tentar dar forma artística a uma pessoa/vida real. São dois trabalhos distintos e interessantes, duas formas diferentes, dois desafios que valem a pena.

-         Registre seu roteiro pra não ter surpresas depois.

-         Se você teve uma idéia a ponto de sentir o personagem como se estivesse vendo-o na frente, isso é muito bom: escreva febrilmente tudo que lhe vier a mente. Mas caso esse milagre não aconteça - e não acontece todo dia - comece desenvolvendo uma idéia. Dê um nome ao personagem, comece a descreve-lo, descrever o cenário em que ele vive..

-         Quem é ele? O que ele quer? Por que ele está aqui? Onde ele quer chegar? De onde veio? Que tipo de pessoa ele é? Que tipo de pessoa ele aparenta ser? Quem se relaciona com ele e quem ele prefere evitar? Tudo isso são subsídios para você começar a compor o personagem

-         Em que tempo ele está? Agora, no futuro ou no passado? E ele é uma pessoa do seu tempo? Ou muito avançado em relação a sua época? Ou talvez muito atrasado?

-         Faça o resumo do seu roteiro, sem a preocupação agora de formatar nada - a não ser que você já visualize roteiros assim. Não se preocupe com diálogos agora, mas anote tudo que você pensar como referencia posterior.

-         Escreva um resumo com começo-meio-fim. Nem que seja pra mudar tudo ou parte depois. Mostre para alguns amigos, tente contar a história pra alguém, veja como lhe parece. "Estou escrevendo uma história sobre um noivo que na manhã do seu casamento acha o cadáver da noiva na sala dele. Detalhe: não era o cadáver da noiva dele - mas uma mulher desconhecida vestida de noiva". Ou então: "É a história de uma mulher que descobre que está sendo traída pelo namorado e resolve revidar". Veja a reação das pessoas. Se familiarize com sua história.

-         Pense sua história 24 horas por dia: na mesa, no banheiro, na condução, comendo, bebendo, dormindo. Inspire suas idéias e expire seu roteiro.

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